segunda-feira, 30 de março de 2009

Good times...

Eu lembro de estar brincando dentro da minha barraca da turma da Mônica que estava montada em algum canto da sala de TV. Isso nos tempos em que eu Limbo Dancer era apenas um projeto de gente, pequena o suficiente para caber em uma barraca da turma da Mônica (alguém mais tinha uma dessas?). A minha mãe estava vendo TV, mais precisamente o Jornal Nacional. Eu que era nova demais para entender a tal notícia tenho apenas a vaga lembrança da imagem de um homem saindo de um prédio cercado de jornalistas e da minha mãe dando graças a Deus que o tal homem não era mais presidente do Brasil. Acho que mais que qualquer outra coisa foram as palavras dela que fizeram com que esse momento ficasse gravado na minha memória. Lembro de ela dizer que ele (o tal homem que deixava o prédio) acabaria com o país.

A minha era bem parecida com essa...

Essa é uma daquelas memórias de infância tão remotas que a gente até se questiona se realmente aconteceram. Mas eu tenho 99% de certeza que ela é real e outros 99% de certeza que ela se refere ao dia em que Fernando Collor de Mello renunciou. Por mais que os meus pouquíssimos 4 anos de vida me impedissem de entender o que diabos estava acontecendo naquele momento, as palavras que eu ouvi naquele dia ficaram na minha cabeça. “Acabar com o país” na cabeça de uma criança significa literalmente acabar com tudo, destruir sem deixar qualquer resquício, nessa idade não existe metáfora ou qualquer outra figura de linguagem.

A nossa memória é no mínimo engraçada – pelo menos a minha é. Porque ela escolhe guardar determinados momentos e esquecer outros? E não me venham com explicações científicas, psicológicas ou whatever, esse post não tem a menor intenção de encontrar repostas. Ele é apenas para relembrar e no máximo levantar uma pergunta ou outra.

Do meu primeiro dia de aula eu só lembro de chorar compulsivamente no colo da minha professora, ou melhor, “tia” depois de ser atingida por um balanço desgovernado. Ironicamente, quem “pilotava” esse balanço era a Priscila que viria a se tornar a primeira e mais antiga das minhas melhores amigas. Se você perguntar para ela sobre essa história ela com certeza dirá que fui eu quem atravessou imprudentemente em frente ao balanço dela. Não acreditem...

Lógica de criança é outra coisa engraçada. Eu lembro perfeitamente de discutir ferrenhamente com a Pri (não consigo usar Priscila muito tempo) sobre qual dos nossos novíssimos cachorros tornar-se-ia (aha, usei até uma mesóclise!) maior. Detalhe: a Pri tinha uma Boxer e eu um Cocker. Outra discussão recorrente era qual de nós duas tinha mais Coca-Cola no seu copo ou coisas do gênero (tenho certeza que depois desse comentário vai aparecer alguém da gangue para me acusar de ser viciada em Coca-Cola desde pequenininha).

Dos desenhos animados que eu assistia (aí já um pouco maior) eu lembro de 3 em especial: Carmen San Diego que eu nunca mais vi passar em lugar algum e até hoje a única pessoa que eu conheci que também assistia é a Poodle; As novas aventuras de Jonny Quest, que eu consegui rever “depois de grande” graças ao magnífico You Tube; e Tintin que eu mal posso esperar pra ver no cinema depois que o Spielberg e o Peter Jackson terminarem de adaptar.



Abertura de Jonny Quest

Até os meus 11 anos de idade eu fui uma criança extremamente medrosa. Hoje eu não vejo problema algum em ver filme de terror no meio da madrugada, sozinha em casa numa sexta feira 13 chuvosa. Eu lembro de ter muito medo de um jogo de computador que meu tio costumava jogar. Alguma coisa relacionada a uma casa mal assombrada cheia de passagens secretas e afins, porém, por mais que eu tivesse medo do jogo eu queria saber o que aconteceria na fase seguinte. Talvez tenha sido a minha curiosidade que eventualmente superou o meu medo. O fato é que o último filme que me fez tapar os olhos com as duas mãos foi O Sexto Sentido. Lembro que anos depois quando revi o filme descobri que as memórias que eu tinha dele eram muito mais assustadoras que as cenas reais.


"I see dead people"

Mas a memória da gente é assim mesmo. E às vezes elas nem precisam estar 100% corretas ou, até mesmo, existirem de verdade para serem importantes. Às vezes a gente ouve histórias e/ou vê fotos tantas vezes que cria memórias inexistentes, ao mesmo tempo em que esquece algumas das memórias que realmente existiram... Que dia é hoje mesmo?

quarta-feira, 25 de março de 2009

god gave Rock 'n' Roll to you



Atenção: se você tem uma internet lentium, assim como o Okapi que vos fala, deixe o vídeo baixar para só depois iniciar sua leitura ao som do Kiss. Obrigada!

O Okapi Parceiro e Leiteiro, depois de muitas discussões com a Limbo Dancer, chegou a conlusão de que a Poodle fez uma macumba para nos passar um pouquinho da sua intolerância. O fato é que, uma das coisas que eu não tolero, principalmente nesses dias, são as posições religiosas.

Tudo bem, calmem, eu não estou indo contra a todas as posições de qualquer religião, mas sim, de algumas pessoas que usaram da dita "palavra de Deus" para defender posições sem argumentos válidos para baseá-las, apenas dizendo: essa é a minha fé, respeite.

Posso até dizer que tudo começou, sim, por causa do menina de nove anos que abortou os gêmeos que esperava de seu padastro, que vinha abusando-a sistematicamente desde os seis anos. Não vou entrar na discussão sobre o fato em si e que fique óbvio que esse padastro imundo (pra não deizer coisa pior) é o que mais me irrita e, se minha filha fosse estuprada, quem viu o filme Tempo de Matar sabe exatamente o que eu faria com ele...

Toda a discussão sobre o caso levou a mim e meus colegas tornar o assunto tema de debate de um pragrama radiofônico. Erro nosso não perguntar a religião de todos os presentes, acabamos com uma freira, seus dois "seguidores" e um pobre teólogo tentando chamar os convidados à terra de vez em quando.

Cada frase que eu ouvia, cada vez, me decepcionava mais. Poxa, eles são pessoas estudadas, não podem pensar realmente isso. Poxa vida, uma médica pediátrica não pode ser tão machista e não ter a mínima noção dos direitos femininos. Poxa vida, um médico obstetra, obstetra, não pode dizer que falará como técnico e acabar defendendo os ideais da Igreja Católica. Poxa vida, ahhh, é a freira, é normal que ela pense assim. Poxa vida, pobre teólogo... pobre mediadora.

Enquanto bobagens eram ditas, as risadas eram inseguráveis, mas creio que era apenas uma forma da gente se acalmar e tolerar um pouco mais a situação, enquanto impedíamos o próprio deus (leia-se colega querido) de deixar algumas camisinhas cairem, sem querer, sobre os pés da freira.

Alguns dias depois, paro pra assistir um desses canais religiosos. Tinha uma mulher desesperada, eu disse desesperada, por não poder pagar o dízimo. Detalhe que ela passou um tempo desempragada e também não podia pagar outras contas, mas o que são elas perto do dízimo? Então ela contou que, depois que ela conseguiu outro emprego, teve que pagar o dízimo escondida, poiso marido havia dito que o resto do dinheiro deveria ser destinado à poupança para a faculdade do filho deles. Ela estava orgulhosa por mentir para o marido e por deixar de depositar dinheiro para o próprio filho, dizendo que sabia que Deus recompensaria ela e seu filho.

Pelo que eu saiba, Deus ainda não distribui dinheiro ou vagas em universidades públicas, e se distribui, algúem me conta em qual religião! Eu me pergunto se ela nunca ouviu esta famosa piada: (que eu tirei daqui)

A barragem, próxima de uma pequena cidade, foi rompida por uma forte chuva e o nível do riacho foi subindo gradativamente.
No alto do morro, na parte mais alta da cidade, ficava a igreja. Quando a água atingiu as primeiras calçadas da cidade os policiais foram avisar o padre para que esse deixasse a igreja. Ele fincou pé e disse: "Deus não há de me faltar."
Quando a água chegou às portas da igreja, os bombeiros, já usando um barco, foram buscar o padre. Ele se recusou a abandonar a igreja e disse: "Deus não há de me faltar."

Quando a água atingiu a torre mais alta, e o prefeito veio de helicóptero tentar convencer o padre a abandonar a igreja, o padre respondeu: "Deus não há de me faltar !!!"


Obviamente o padre morreu afogado.

Ao chegar no céu, ele foi ter com Deus, e já chegou cobrando: "Mas meu Senhor... Como pudestes fazer isso comigo. Me faltastes quando eu mais te precisava." E Deus, visivelmente irritado, respondeu: "Mas meu filho... Te mandei policial, barco, bombeiro, helicóptero e prefeito, e mesmo assim você não seu salvou ?!?"

E eu pensando que o Deus dela tinha dado uma ajudinha pra ela conseguir um emprego bom e poder pagar tudo que seu filho precisa, ela vai e dar dinheiro pra Igreja...

Contudo, não me venham com preconceitos, o catolicismo não é a única religião com argumentos fáceis. Houve um tempo em que o espiritismo me chamou atenção, pois conheci pessoas muito boas e espíritas. E foi só procurar um pouquinho de informações para desistir da idéia. Olha como é fácil, tudo o que vives agora é o que mereces por tua atuação na vida passada: se você tem problemas, é castigo por ter sido ruim, e assim por diante.

Entretanto, como a esperança é a última que morre (um dos pouco ditados que tem um pouco de lógica), organizações como a Católicas pelo Direito de Decidir me dão um pouco de alento ao ver de que religião não signica, necessariamente, alienação ou retrocesso.

Afinal, eu não tenho religiões (sou laica, como diria deus Luiz) mas acredito que exista um Deus, ainda que eu seja da opinião que ele é muito mais parecido com o Deus escrito por Eduardo Galeano no Livro dos Abraços:

Errata: onde o Antigo Testamento diz o que diz, deve dizer aquilo que provavelmente seu principal protagonista me confessou:
Pena que Adão fosse tão burro. Pena que Eva fosse tão surda. E pena que eu não soube me fazer entender. Adão e Eva eram os primeiros seres humanos que nasciam da minha mão, e reconheço que tinham certos defeitos de estrutura, construção e acabamento. Eles não estavam preparados para escutar, nem para pensar. E eu... bem, eu talvez não estivesse preparado para falar. Antes de Adão e Eva, nunca tinha falado com ninguém. Eu tinha pronunciado belas frases, como “Faça-se a luz”, mas sempre na solidão. E foi assim que, naquela tarde, quando encontrei Adão e Eva na hora da brisa, não fui muito eloqüente. Não tinha prática.
A primeira coisa que senti foi assombro. Eles acabavam de roubar a fruta da árvore proibida, no centro do Paraíso. Adão tinha posto cara de general que acaba de entregar a espada e Eva olhava para o chão, como se contasse formigas. Mas os dois estavam incrivelmente jovens e belos e radiantes. Me surpreenderam. Eu os tinha feito; mas não sabia que o barro podia ser tão luminoso.
Depois, reconheço, senti inveja. Como ninguém pode me dar ordens, ignoro a dignidade da desobediência. Tampouco posso conhecer a ousadia do amor, que exige dois. Em em homenagem ao princípio de autoridade, contive a vontade de cumprimentá-los por terem-se feito subitamente sábios em paixões humanas.
Então, vieram os equívocos. Eles entenderam queda onde falei vôo. Acharam que um pecado merece castigo se for original. Eu disse que quem desama peca: entenderam que quem ama peca. Onde anunciei pradaria em festa, entenderam vale de lágrimas. Eu disse que a dor era o sal que dava gosto à aventura humana: entenderam que eu os estava condenando, ao outorgar-lhes a glória de serem mortais e loucos. Entenderam tudo ao contrário. E acreditaram.
Ultimamente ando com problemas de insônia. Há alguns milênios custo a dormir. E gosto de dormir, gosto muito, porque quando durmo, sonho. Então me transformo em amante ou amanta, me queimo no fogo fugaz dos amores de passagem, sou palhaço, pescador de alto mar ou cigana adivinhadora da sorte; da árvore proibida devoro até as folhas e bebo e danço até rodar pelo chão...
Quando acordo, estou sozinho. Não tenho com quem brincar, porque os anjos me levam tão a sério, nem tenho a quem desejar. Estou condenado a me desejar. De estrela em estrela ando vagando, aborrecendo-me no universo vazio. Sinto-me muito cansado, me sinto muito sozinho. Eu estou sozinho, eu sou sozinho, sozinho pelo resto da eternidade.

Ah, e eu não postei antes porque o Santo da Piedade dos Blogueiros Preguiçosos e Cheios de Coisas Pra Fazer me avisou que não seria uma boa ideís postar lá pelo meio de março. Não discutam comigo, é a minha fé!

Beijos amados de um Okapi mais leve depois do desabafo way of life.

PS: Post pro Ornie e pro Petit, que são um pouco do pouco de Kiss que há em mim.

domingo, 22 de março de 2009

O tesouro de Willy Caolho

"I will never betray my goon dock friends
We will stick together until the whole world ends
Through heaven and hell, and nuclear war
Good pals like us, will stick like tar
In the city, or the country, or the forest, or the boonies
I am proudly declared a fellow Goony."

Vocês certamente não se lembram desse solene juramento. Mas tenho certeza que aqueles que tem a minha idade ou mais vão se lembrar de um dos filmes mais marcantes da nossa infância: Os Goonies. O juramento foi excluído do filme, mas se não fosse, teria sido repetido por milhares de crianças depois de assistir o magnífico filme de 1985.







Graças aos relançamentos em DVD, tive outro dia uma noite nostálgica com os três De Volta Para o Futuro e Os Goonies. Eu não me lembrava de tudo que se passava no filme, mas lembrava que era bom. Admito que tive medo de me decepcionar, mas isso não foi nem um pouco o que aconteceu. Estou num momento de obsessão. Não só por Goonies, mas, por causa deles, também por Cyndi Lauper. O vídeo de The Goonies R Good Enough vale a pena ser assistido. Se não por qualquer outra coisa, pela participação "incrível" de Steven Spielberg.





Os anos 80 são uma das minhas décadas preferidas que eu não vivi (mesmo porque eu só vivi a de 90 e esses anos iniciais do século XXI...). Por mais que tudo pareça sintético, a música era divertida, as pessoas se vestiam como queriam e os filmes tinham aquela cara de baixo orçamento, que era compensada com a história mara. Não que os anos 90 não tenham sido legais, mas os 80's têm um charme ao qual eu não resisto. Por mais brega que eles normalmente possam parecer.

Não, eu não gosto de mullets. Eu não uso saias de tule (o tempo todo). E meu cabelo não tem cor de algodão doce. Acho que minha fascinação é inexplicável.

Mas, voltando aos Goonies, uma das minhas lembranças mais vivas relacionadas ao filme (depois do "Sloth gosta de chocolate") não está no filme. O jogo de videogame dos Goonies, com a trilha da Cyndi Lauper em midi, marcou minha infância, e acredito que a de muitos de vocês também. Existe uma edição de 20º aniversário para computador. É só baixar e jogar.




Esse post foi para marcar minha volta ao GdH e para lembrá-los das coisas boas que passaram e que ainda estão aí, graças à tecnologia. Meus filhos assistirão Os Goonies. Espero ainda achar em DVD ou conseguir baixar outro filme que me marcou muito, Pagemaster: O mestre da fantasia, gentilmente doado a mim em formato VHS pela Poka. Lamento não possuir um videocassete, mas assim que conseguir esse filme em formato assistível, forçarei toda a gangue a fazê-lo. Não são muitas pessoas que lembram de Pagemaster... trauma da minha infâancia... junto com Patrine, que ninguém lembra também.

Bem, volto semana que vem com mais um post que, com alguma sorte, será mais informativo que este. :) Beijinhos.

terça-feira, 17 de março de 2009

Sparkling Vampires???

AVISO: Esse post é sobre Crepúsculo. E não, eu não gostei do filme. Ou do livro. Sim, eu tenho consciência de que esse texto pode (ou não) levantar a ira de fãs que me perseguirão com tochas e foices. (Aliás, alguém sabe me dizer se o Stephen King está vivo?)

A primeira vez que eu ouvi falar em Crepúsculo foi quando vi o cartaz do filme com a placa de “em breve” na entrada do cinema (um em breve, que na verdade nem foi tão breve assim, já que isso foi bem antes da estréia do filme). Eu devia estar desatenta, pois o fenômeno passou despercebido aos meus olhos, até aquele momento em que a Poodle apontou o cartaz interessada, pois era sobre vampiro (ela adora histórias com vampiros, a exceção de Crepúsculo, claro). Lembro também de alguém dizendo (acho que foi o Orni, mas não tenho certeza) que era adaptação daquele livro com a capa bonita da mão segurando a maçã – confesso que já tinha visto o tal livro milhares de vezes, sempre reparando na capa, que realmente é muito bonita, mas nunca no título. Enfim, Crepúsculo parecia ser um filme levinho sobre vampiros, mas mesmo assim na época eu achei que valia a pena dar uma chance a ele.

Capa e na minha opinião melhor parte de Crepúsculo

Acabei mudando de idéia algum tempo depois. Li uma entrevista curtinha da autora do livro, Stephenie Meyers, acho que na revista Set, e me decepcionei. Na entrevista Meyers dizia não gostar de histórias de vampiro ou terror e confessava não ter lido nenhum livro ou assistido nenhum filme com a temática. Como fã do gênero eu julguei que seria muito difícil eu gostar de Crepúsculo, pois as comparações seriam inevitáveis.

Infelizmente eu não costumo escutar meus próprios conselhos. Eu não só fui assistir ao filme como fiz uma fracassada tentativa de ler o livro – eu juro que tentei ler Crepúsculo, mas para o bem da minha sanidade física e mental eu fui obrigada a abandoná-lo pouco antes da sua metade.

Não vou nem comentar em muitos detalhes a escrita da Stephenie Meyer, que na minha modesta opinião é muito fraquinha. Na verdade nem sei dizer exatamente o que me fez desgostar do texto de Meyers logo de cara. A impressão que eu tive lendo o livro é que algo estava faltando. É como se o texto dela não tivesse personalidade. Faltam adjetivos - que até existem, mas são mal explorados, sempre usados para descrever a “beleza” do Edward, bla bla bla - faltam articuladores, faltam diálogos interessantes e menos óbvios. Não fariam mal também personagens mais profundas e melhor desenvolvidas.

Mas, como eu não terminei de ler o livro é melhor deixá-lo de lado e me concentrar no filme. Vou confessar pra vocês que não existe nada em Crepúsculo que eu tenha gostado, mas não vou ficar aqui listando defeitos. Vou citar apenas dois:

Eu entendo que a Stephenie Meyers quisesse criar a uma mitologia própria para os seus vampiros, entretanto, ignorar (praticamente) tudo que se escreveu anteriormente sobre vampiros e manter apenas o fato deles se alimentarem de sangue, é no mínimo irritante. Todo autor adapta o mito dos vampiros a sua obra, incorporando características novas a criatura e talvez até eliminando algumas, mas se você tirar todas as características do que se entende por vampiro, ele passa a ser apenas um ser pálido e imortal que bebe sangue. De todas essas características que Meyers ignorou e daquelas que ela acrescentou eu só tenho uma coisa a dizer:

SPARKLING VAMPIRES!!!!????!!!!!?????????????!!!!!!

Nada, e eu repito NADA no mundo é capaz de me fazer enxergar qualquer lógica em vampiros que brilham como um disco globe quando expostos ao sol. O sol é uma das fraquezas dos vampiros você não pode ter uma criatura sobrenatural (super-herói, monstros, vilões, whatever!) sem um ponto fraco.

Meu segundo grande problema com Crepúsculo (de muitos que não vou citar aqui) é a falta de química entre o casal principal. É sério, não existe química alguma entre eles. A tensão que deveria surgir do relacionamento platônico deles simplesmente não existe. Quem não está entendendo, assista o vídeo abaixo e veja o que é a química da qual eu estou falando. A cena é da série de TV True Blood e a situação é semelhante: mocinha mortal e vampiro, mas a interação entre os dois... E antes que alguém venha argumentar que o relacionamento de Bill e Sookie (de True Blood) não tem nada de platônico, eu esclareço que me refiro aos primeiros episódios da série, quando a relação dos dois era tão inocente quanto a de Bella e Edward (Crepúsculo):



Pra quem quiser comparar eis aqui Bella e Edward:



Enfim, por hoje era só. Vamos agora aos PSs do dia:

PS1: Eu, Limbo Dancer, agora também posto minhas idéias insanas no Prime Time, a única diferença é que lá essas idéias são relacionadas a séries de TV. Assim eu incomodo menos vocês com o meu vício por série. Ahhh lá eu escrevo sobre o 'pseudônimo' Paula Potter (nenhuma ligação com o Harry).

PS2: A Poka manda avisar que o post dela de amanhã provavelmente será adiado para a quarta-feira devido a conturbada vida de estudante de jornalismo no 5º semestre.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Noites em claro

O relógio aponta meia-noite. É hora de descansar o corpo das idas e vindas do dia e de esvaziar a cabeça da correria mental das últimas 24 horas. Com um clique apago o interruptor de luz, após ler algumas páginas das crônicas do bardo folk. Fecho os olhos. Num estado de quase sono, quase vigília, tento me desprender da realidade. Ah se fosse tão fácil desligar os pensamentos que passam velozes do mesmo modo que desligo a luz.

Por um momento fugaz o sono se apodera de mim, e vai embora tão logo quanto chegou, num espasmo de uma perna inquieta. Lá fora, um assovio toma conta da rua: é o lixeiro cujo sibilo poderia muito bem ter saído de um desenho animado da Disney. Tento identificar a música, mas o caminhão já vai longe...
Espio o relógio: já são duas horas. Levanto até a cozinha e tomo um gole de água como se tivesse sido o último boêmio a deixar o bar. Outra olhada nas horas e o ponteiro marca cinco horas. É incrível como a noite pode passar tão rápida para os insones. Uma tentativa de leitura enquanto o sono não vem é ineficaz – lá se vão cinqüenta páginas e o estado de alerta é total.

Ligo o televisor na vã expectativa de encontrar algo que me deixe sonolenta. Após passar por todos os canais, desligo o aparelho e tomo mais um gole de água. O corpo começa a pedir repouso, mas a mente está em outro ritmo, e ignora a trégua. Em meio à escuridão, os pensamentos escapam num turbilhão de imagens e vozes impossíveis de serem controlados.

A sexta hora da manhã é anunciada pelo canto do galo que mora ao lado – o desespero do dia que chega sem que o outro tenha terminado é o prelúdio da exaustão diária. Quando todas as tentativas de adormecer já foram gastas e não resta uma ínfima probabilidade de escapar do estado de vigília, adormeço.

Embora o sono tenha chegado, o descanso não é suficiente para suprir a falta de forças e a sensação é de eterno cansaço. É como se, na aurora do dia seguinte, todos os movimentos e todos os diálogos das pessoas fizessem parte de um filme cujo roteiro foi feito para confundir seus personagens: levá-los a lugar nenhum, com ações despropositadas, num mundo que oscila entre a realidade e o devaneio. A insônia é assim, esta vil companheira que, com seus artifícios, chega sorrateira para ficar horas a fio, nas minhas noites em claro.

"Nas grandes horas em que a insónia avulta
Como um novo universo doloroso,
E a mente é clara com um ser que insulta
O uso confuso com que o dia é ocioso,
Cismo, embebido em sombras de repouso
Onde habitam fantasmas e a alma é oculta,
Em quanto errei e quanto ou dor ou gozo
Me farão nada, como frase estulta(...)"


(Fernando Pessoa)

terça-feira, 10 de março de 2009

Pare aí mesmo, sua mulherzinha!

Tá bom, confesso que esse péssimo título foi apenas uma forma de chamar atenção.

Póka está de volta às postagens (ao menos é o que aparenta). E o Okapi aqui queria discorrer um pouco sobre a mulher (não sobre a convenção Dia Internacional da Mulher, embora o 8 de março tenha sido bem especial para mim).

Como eu estava morrendo e capotei (o meu estado era tal que estava passando na tv o episódio no Pica Pau nas Cataratas do Niágara e, mesmo assim, eu dormi), acordei com uma p### dor de cabeça. E, como disse o Tio Ada, também conhecido como Zolinho pelos veteranos já formados da Facos, na aula de Semiótica, "os significados existem antes das palavras, que são 'vazias'", eu não estou nem um pouco a fim de preencher palavras com significados. Simplesmente a parte semiótica-produtiva do meu cérebro está em falha.

Contudo, acabei achando dois textos, como diria a balonista, Maras! para apresentar à vocês. Como uma mensagem é tudo aquilo que responde a relização do ser, eu espero que estes textos estejam no seus rols de significância e necessidades.

Aqui vão:
Todas as mulheres são belas do blog Papai Noel de Cueca Azul
A hipocrisia do Dia Internacional da Mulher do heDONIsmos

Abraços cansados e felizes do Okapi!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Rock em 7 tempos

Depois de tantas velharias na TV, eis que surge algo interessantíssimo para os aficionados pelo gênero que fez e ainda faz multidões chacoalharem o esqueleto. Não é novidade, mas na TV fechada brasileira é a primeira vez que está sendo transmitido o documentário produzido pela BBC de Londres em 2007, intitulado Seven Ages of Rock.


Dividido em sete episódios, cada um traz uma era do rock com depoimentos de personalidades de peso no referido contexto. Das origens no blues, passando pela beatlemania, ao indie rock, o documentário explora as principais características de cada uma das fases do gênero. E são pinceladas focadas em poucos nomes de cada vertente. Afinal, seria impossível relatar em 7 episódios de apenas 50 minutos toda a vastidão do maior fenômeno da cultura pop.


(o rock na linha do tempo)

Aqui estão os nomes dos capítulos com os respectivos dias em que são transmitidos:

1. The Birth of rock (07/02)

2. White light, White heat (14/02)

3. Blank Generation (21/02)

4. Never Say die (28/02)

5. We are the champions (07/03)

6. Left of the Dial (14/03)

7. What the world is waiting for (21/03)

Infelizmente não consegui acompanhar desde o início, e até agora assisti apenas dois capítulos: o White light, White heat que trouxe o Art rock,momento em que a música se funde com a arte para criar espetáculos nos quais os artistas não cantam apenas, mas também interpretam personagens num cenário grandioso. Vide David Bowie e seu alter-ego Ziggy Stardust. Mas a cereja do bolo fica para as imagens de Syd Barret, a veia criativa dos primórdios do Pink Floyd.



O outro capítulo que assisti foi o quarto, intitulado Never Say die, dedicado inteiramente ao heavy metal, o único subgênero do rock que sobrevive até hoje. Um ponto positivo é a narração feita pelo veterano da MTV, Mark Goodman. Alguns nomes conhecidos como Jack Bruce (Cream), Bryan Ferry (Roxy Music) e Johnny Rotten (Sex Pistols) deixam seus depoimentos sobre o assunto.

Vale a pena assistir, quem estiver a fim de sair da mediocridade contemporânea e descobrir (um pouco) sobre a história e evolução do rock. Longe de ser um relato completo sobre todas as nuances do estilo, Seven Ages of rock discorre com leveza, mas também com conhecimento, sobre o gênero mais controverso de todos os (sete) tempos.

O documentário está sendo transmitido pela VH1 todo sábado às 22h, com reprise na quarta-feira às 23h.