terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O gato de botas da internet

Podem até achar estranho, mas eu sou mais uma que somente se deu conta do apagão do Google (no último sábado pela manhã) quando vi uma reportagem na Revista da Semana (edição 74) esta semana (que trocadilho pééééssimo). Tudo bem, apagão seria mais uma forma de aumentar o número de pseudo-jornalistas que fazem sensacionalismo, contudo, o fato é que, por intermináveis 58 minutos, o Google acusava que praticamente qualquer site que você encontrava no seu buscador faria algum mal ao seu precioso computador. A falha, embora muitos certamente tenham tido medo de que fosse alguma invasão, ou até uma brincadeira da própria empresa (que costuma aprontar para os seus clientes de vez em quando), foi humana.

Sim, alguém dono de um altíssimo QI, que fala várias línguas e que é quadragesimamente graduado em alguma universidade, cometeu o erro de “dizer” para o programa que protege o Google de malwares (atualizado semanalmente) que todos os sites que possuíssem o seguinte símbolo “/” deveriam ser enquadrados como ameça.

Vamos ver, ham... o nosso blog, se fosse digitado diretamente na caixa de endereço de um navegador, até poderia se salvar. Olhem só:
ganguedohipertexto.blogspot.com. Agora, se alguém estivesse procurando algo específico no blog pelo chefão-mor da internet já se sentiria prejudicado, afinal, qualquer outra linkagem que pode ocorrer leva o magnífico “/” em seu endereço e o nosso blog entraria facilmente na lista negra do Google.

O problema foi resolvido e agora o buscador não está mais neurótico, achando que quase todos os sites querem fazer malzinho ao seu computador. Só que esses poucos momentos de loucura do Google geraram discussões sobre o seu monopólio na intenet.

Vamos combinar, você pode até não usar o Gmail, ou o GoogleReader, mas certamente você tem Orkut. Ou acessa o Youtube. Ou já usou o GoogleEarth. Embora nem todos estes aplicativos tenham sido desenvolvidos por Sergey Brin e Larry Page, foi a empresa deles que comprou por uma bagatela (foram caros, mas acredito que não devam chegar perto do valor atual) os sites mas acessados atualmente, principalmente no Brasil.

A revista chega a citar que se trate de um fenômeno recente, chamado de monocultura (“quando um produto ou uma tecnologia se torna dominante”), porém, eu ainda não fui convencida de que este é o termo mais adequado. Para mim, embora o Google ofereça a grande maioria de seus serviços gratuitamente, não se pode negar que se trata de uma empresa, que visa a "satisfifação" de seus clientes, que veem e algum dia hão de clicar em uma das propagandas hospedadas em algum dos sites de propriedade da organização e dar um dinheiro pro “papai”. Só que, como muita gente se utiliza de sites do Google, muita gente vê as propagandas, e o interesse da publicidade é justamente este. Então é batata. A maioria dos anúncios não custa muito, o Google quer apenas uma parcela do que você lucra. E, me desculpem o lugar-comum, a galinha vai enchendo o papo e acaba chocando ovos de ouro.

E todo esse parágrafo foi pra explicar o quanto, para mim, o termo monocultura é restrito e abragente (sim, ambas as definições) demais para definir o que o fenômeno que se dá dentro de uma organização econômica. Monopólio seria um termo, creio, mas claro, pois engloba a característica de empresa.

E esta empresa, que oferece serviços muito úteis gratuitamente, nunca bloqueou o seu PC para que você somente usufruísse de seus próprios produtos (como acontece, ainda, com as operadoras de celulares). Você está livre para (tentar) escapar das garras do Google. Um felino, que ao invés de te dar o bote, de olhará com os olhos do gato de botas do Shrek e te convencerá do quanto ele pode ser bom pra você.





Beijos da Póka.


PS1: Prometi que não atrasaria mais post, e juro que não foi o caso. É que eu tenho um rim direito querido que, de vez em quando, inventa de pegar umas infecções. E como estou presa a ele (bom, aos 40% ou 60% que sobraram dele depois que fiz uma cirurgia aos quatro anos) acabo tendo algumas limitações. O pc de casa e o do Petit também não quiseram colaborar neste "momento difícil".

PS2: Graças ao meu magnífico teclado, que veio na bagagem, posso digitar a letra "ç" (vocês não têm ideia de como ela faz falta).

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu também vi isso, fiz até um print, onde o google acusava o google de ser um site suspeito. Guardei essa imagem extremamente irônica.