Talvez eu seja hedonista desde pequena e não saiba. Quando era apenas um jovem Okapi selvagem, gostava de aproveitar o doce cheiro do capim pela manhã, ou a bela imagem das estrelas no meio da madrugada. O fato é que eu cresci, fui ganhando responsabilidades, perdendo em sono e adentrando o meio urbano e uma outra selva: a da realidade.
Fico me perguntando se todos nascemos hedonistas e vamos perdendo essa qualidade conforme vamos crescendo. Não deveria ser assim. O fato de ganharmos mais e mais responsabilidades conforme o tempo vai dando o ritmo deveria nos maturar e nos dar ainda mais possibilidades de aproveitar os momentos de prazer. Só que muitas pessoas deixam a beleza da infância de lado em nome de uma postura adulta e, de certa forma, infeliz.
Explico melhor. Para mim, o hedonismo não vem apenas pelo prazer imediato. Para que este prazer imediato (ou não) aconteça, preciso da consciência limpa, mas não deixo que as preocupações me tirem os momentos em que descanso e aproveito tudo que posso dispor.
Lendo pela internet, percebo o quanto as pessoas acabam por associar o hedonismo a algo promíscuo, unicamente sexual, individualista... Muito disso dá pra se notar na comunidade (da qual faço parte) Hedonismo, no Orkut. Alguém pergunta se a pessoa inteligente é feliz. Claro que é! A pessoa inteligente, se também for hedonista (mesmo que não saiba), sente prazer a cada descoberta de sua inteligência.
Outra coisa que comprova a teoria de que o hedonismo está ganhando status negativo é a pergunta de enquete da mesma comunidade: Qual dos pequenos prazeres abaixo você gostaria de ter todos os dias de graça, mas não pode? Ela tem, claramente, um sentido econômico. As respostas de escolhas são ligadas, então, a prazeres que podem ser disponibilizados por um alto poder econômico, a que uma minoria dispõe. Não classifico, então, como pequenos prazeres. Aliás, prazer, para mim, não tem classificação (embora eu defenda que comer e dormir são duas das três coisas mais prazerosas da vida... ¬¬). O mais coerente, então, seria retirar os dizeres "de graça" da frase. Eu, por exemplo, gostaria muito de ter uma boa e suficiente noite de sono sempre, mas não consigo.
Um texto que aconselho aos hedonistas iniciantes (e os que também não o são) foi escrito por Milton Ribeiro e eu achei no blog heDONIsmos. Você vai, no mínino, gozar da leitura*. Muito me chamou atenção por ter um padre como um de seus personagens.
Enfim, acabe por aproveitar de todos os prazeres da vida, de um filme (como Pecado Original), um livro (como O Retrato de Dorian Gray), ou de um simples vento num dia de muito calor. Deixo-os com uma frase do escritor uruguaio Eduardo Galeano: "O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa."
Beijos saboros e hedonistas da Póka.
PS1: O * diz respeito a mais um trocadalho do carilho, desta vez em homengem à festa de Confraternização do Programa Radar Esportivo (leia-se Churrascão na chácara do Dani, em Itaara) que aconteceu ontem, regada a Polar (a cerveja da dupla gre-nal!), aos vários trocarilhos do cadalho ditos e aos conhecimentos gerais (viva ao método japonês de descascar batatas!).
PS2: Esta vai para o Milton. Confesso que não era uma das pessoas que estavam gritando "Cai aviao de merda!" quando do episódio número 5241654 do aviãozinho de Porto Alegre no jogo do Grêmio e do Atlético (sim, eu estava lá), mas meu prazer atingiu o ápice quando o tricolor gaúcho fez o segundo gol bem no momento em que o aeroplano sobrevoava o estádio. A "vingança" é doce, mesmo que pequena, e bem prazerosa.
Fico me perguntando se todos nascemos hedonistas e vamos perdendo essa qualidade conforme vamos crescendo. Não deveria ser assim. O fato de ganharmos mais e mais responsabilidades conforme o tempo vai dando o ritmo deveria nos maturar e nos dar ainda mais possibilidades de aproveitar os momentos de prazer. Só que muitas pessoas deixam a beleza da infância de lado em nome de uma postura adulta e, de certa forma, infeliz.
Explico melhor. Para mim, o hedonismo não vem apenas pelo prazer imediato. Para que este prazer imediato (ou não) aconteça, preciso da consciência limpa, mas não deixo que as preocupações me tirem os momentos em que descanso e aproveito tudo que posso dispor.
Lendo pela internet, percebo o quanto as pessoas acabam por associar o hedonismo a algo promíscuo, unicamente sexual, individualista... Muito disso dá pra se notar na comunidade (da qual faço parte) Hedonismo, no Orkut. Alguém pergunta se a pessoa inteligente é feliz. Claro que é! A pessoa inteligente, se também for hedonista (mesmo que não saiba), sente prazer a cada descoberta de sua inteligência.
Outra coisa que comprova a teoria de que o hedonismo está ganhando status negativo é a pergunta de enquete da mesma comunidade: Qual dos pequenos prazeres abaixo você gostaria de ter todos os dias de graça, mas não pode? Ela tem, claramente, um sentido econômico. As respostas de escolhas são ligadas, então, a prazeres que podem ser disponibilizados por um alto poder econômico, a que uma minoria dispõe. Não classifico, então, como pequenos prazeres. Aliás, prazer, para mim, não tem classificação (embora eu defenda que comer e dormir são duas das três coisas mais prazerosas da vida... ¬¬). O mais coerente, então, seria retirar os dizeres "de graça" da frase. Eu, por exemplo, gostaria muito de ter uma boa e suficiente noite de sono sempre, mas não consigo.
Um texto que aconselho aos hedonistas iniciantes (e os que também não o são) foi escrito por Milton Ribeiro e eu achei no blog heDONIsmos. Você vai, no mínino, gozar da leitura*. Muito me chamou atenção por ter um padre como um de seus personagens.
Enfim, acabe por aproveitar de todos os prazeres da vida, de um filme (como Pecado Original), um livro (como O Retrato de Dorian Gray), ou de um simples vento num dia de muito calor. Deixo-os com uma frase do escritor uruguaio Eduardo Galeano: "O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa."
Beijos saboros e hedonistas da Póka.
PS1: O * diz respeito a mais um trocadalho do carilho, desta vez em homengem à festa de Confraternização do Programa Radar Esportivo (leia-se Churrascão na chácara do Dani, em Itaara) que aconteceu ontem, regada a Polar (a cerveja da dupla gre-nal!), aos vários trocarilhos do cadalho ditos e aos conhecimentos gerais (viva ao método japonês de descascar batatas!).
PS2: Esta vai para o Milton. Confesso que não era uma das pessoas que estavam gritando "Cai aviao de merda!" quando do episódio número 5241654 do aviãozinho de Porto Alegre no jogo do Grêmio e do Atlético (sim, eu estava lá), mas meu prazer atingiu o ápice quando o tricolor gaúcho fez o segundo gol bem no momento em que o aeroplano sobrevoava o estádio. A "vingança" é doce, mesmo que pequena, e bem prazerosa.
4 comentários:
Gostei da associação que você faz entre hedonismo e infância. Eu vejo o hedonismo como uma disposição a vivenciar todas as situações e sensações em sua máxima intensidade, seja prazer, seja dor, seja a descoberta do novo, a saudade do que passou, enfim. E talvez o hedonismo seja tão propositalmente confundido com o prazer sem sentido porque os hedonistas são perigosos. Pense comigo, essa disposição para a descoberta leva ao conhecimento! O Hedonista é antes de tudo um curioso que se deixa tocar pela vida de todas as maneiras. E pessoas assim nem sempre são bem vistas, não? Uma vez fui entrevistado por um jornal do rj para falar disso, e praticamente nada do que eu disse foi colocado nela. Só ficaram com a parte do "prazer sem culpa". Vai entender... Parabéns pelo blog, vou acompanhar vocês.
Realmente esse post sobre hedonismo ficou muito show, parabéns. Gostei da parte A "vingança" é doce, mesmo que pequena, e bem prazerosa. hahaha Voltaremos.
Acho que na mais tenra infância somos todos hedonistas. Mas alguns têm essa característica mais acentuada. Digo isso porque percebo traços de hedonismo em um de meus sobrinhos, que não percebo nos outros. Eu creio que sou uma hedonista, desde criança, e nunca me adaptei a não preferir os prazeres imediatos. Talvez o hedonismo seja prejudicial para quem é também impulsivo e incoseqüente, algo que não se aplica ao meu caso.
Gostei da definição do Doni no comentário, " hedonismo como uma disposição a vivenciar todas as situações e sensações em sua máxima intensidade, seja prazer, seja dor, seja a descoberta do novo, a saudade do que passou"... Concordo e me identifico.
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