segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Em Terapia...

O post de hoje era sobre Natal. Isso mesmo era, a chegada das férias trouxe uma nova série para a minha já grande lista de séries favoritas e por alguma razão eu tenha que compartilhar a descoberta com vocês.

Depois de passa 2008 inteiro ouvindo (pelo Podcast) a Claudia Croitor do blog Legendado (que, aliás, está de cara nova, clique aqui para conferir) falar em In Treatment e resolvi conferir o que o seriado tinha de tão bom. O resultado vocês já sabem, mais uma série para alimentar meu vício.

In Treatment estreou em janeiro desse ano na HBO americana, e mostra a terapia de 5 pacientes do Dr.Paul, vivido por Gabriel Byrne. A 1ª temporada tem 48 episódios de aproximadamente 30 min. A série foi exibida de segunda a sexta, sendo cada dia da semana a terapia de um paciente. Os episódios de In Treatment são exatamente e somente isso uma sessão de terapia.



Trailer da 1ª temporada. Assista!!!

Uma coisa que eu adorei em In Treatment foi o mistério que cerca as personagens. Na verdade mistério não é bem a palavra certa, digamos que as personagens não nos são apresentadas de forma tradicional. Eles chegam sentam e começam a terapia e a gente vai aos poucos descobrindo quem são aquelas pessoas. A cada sessão nos tornamos mais íntimos das personagens. E pouco a pouco, vamos entendendo o que levou cada um deles ao consultório do Paul.


Sophie (Mia Wasikowska) paciente das quartas-feiras do Dr. Paul

Tudo isso só é possível, é claro, devido, ao excelente roteiro e atuações. Os atores são todos muito bons. A minha favorita é a atriz Mia Wasikowska que vive a ginasta Sophie, e injustamente, não foi indicada ao Globo de Ouro. A atuação dela na série me deixou ainda mais ansiosa para vê-la no cinema ano que vem como Alice na versão do Tim Burton para o clássico de Lewis Carroll Alice no País das Maravilhas.

Acho que esse será o meu primeiro post (relativamente) curto (ou não). Não tenho mais muita coisa a dizer. É difícil explicar o que exatamente fez com que eu me apaixonasse por In Treatment. Eu simplesmente achei a série maravilhosa. Os episódios são do tamanho ideal, um pouco mais seria cansativo. Apesar da forte carga emocional da série ela raramente te “deprime”, porém, muitas vezes te deixa refletindo sobre a sua própria vida enquanto os créditos vão passando. É quase como se você estivesse fazendo terapia junto com as personagens. E olha que eu estou apenas no episódio 14 e até o momento a série só melhora.

Bem queridos e amados leitores, desculpem o post fraquinho. O motivo principal que me trouxe aqui hoje é avisá-los que nessas semanas de festas e blog deve ficar relativamente parado. Sabe como é muita comida, bebida, presentes..., mas a gente promete que logo que o 2009 chegar estaremos de volta com textos fresquinhos.

Então um feliz Natal para todos vocês e se por acaso não der pra eu postar semana que vem feliz Ano Novo!

Bjinhos

PS1: Segui o meu próprio conselho de semana passada e assisti hoje à tarde o clássico Felicidade Não se Compra (1946). Adorei!!!! Quem quiser um bom filme com espírito natalino aproveite e faça o mesmo.

PS2: Lá se vai o post curto...

PS3: Quase esqueci... como o post de natal não saiu deixo vocês com o Barney de How I Met Your Mother e suas versões digamos, hum peculiares para famosas músicas natalinas:


sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Amor de plástico

Olá, queridos. Volto nesta sexta-feira com mais um assunto que deve agradá-los. Meu cronograma de escrita não vem sendo cumprido. Todos os temas que eu pretendia abordar nas últimas semanas acabaram deixados para mais adiante. O motivo? Além de uma certa falta de tempo, muitas coisas vêm chamando minha atenção nestes últimos tempos. Matérias jornalísticas que valeram a pena ler e que trouxeram à tona alguns aspectos da vida humana hoje. Apreciaremos durante o post trechos de uma música que se adequa ao ponto onde quero chegar.


Her green plastic watering can*
For her fake Chinese rubber plant
In the fake plastic earth.
That she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans
To get rid of itself.
It wears her out, it wears her out



Meu tema de hoje é, pois, a substituição. Não, não a substituição de ovo por linhaça em receita de bolo, mas a substituição de alguma forma de afeição humana por algo que se assemelha - assustadoramente, às vezes - e que possa suprir o que falta a muita gente.

Este tema tem duas facetas. Contraditórias - ou nem tanto. Coincidentemente (ou não), vim a conhecer nossos ilustres convidados de hoje por meio de matérias da Revista Marie Claire.

Mas chega de enrolar e vamos logo ao que vim tratar. Vamos começar pelo soft core.





Owwwwwwwwn... Que linda a pequena Sonia dormindo na calma de sua não existência. O que você não sabia até agora é que ela não é de verdade. Ela é um Reborn Baby, criado por uma artista plástica. Incrivelmente real, não? Mas Sonia não é uma peça artística de museu. Ela pertence a alguém, que a trata como filha.

Os artistas que constróem estas verdadeiras obras recebem cada vez mais pedidos. E que pedidos - cada Reborn pode custar entre R$ 1.000 e R$ 5.000, tudo pelo minucioso trabalho de recriar pequenos bebês que não crescem. Muitas mulheres ao redor do mundo "adotam" Reborns - mais de um, até 20 - e os tratam como se fossem seus filhos.

Andar na rua com um Reborn não é algo incomum. A maior parte das pessoas ao redor não nota que não é um bebê de verdade. O famoso episódio em que um policial quebrou o vidro de um carro acreditando estar salvando um bebê desacordado no banco de trás foi causado por um Reborn.


* She lives with a broken man
A cracked polystyrene man

Who just crumbles and burns.

He used to do surgery

For girls in the eighties

But gravity always wins.

And it wears him out, it wears him out.




Agora, a razão que leva tantas mulheres a terem estas criaturinhas, às vezes tçao bizarras, em casa e tratá-las como reais é desconhecida. Alguns alegam ser apenas uma forma lúdica de enfrentar a velhice e o fato de os filhos já estarem crescidos. Não existem conclusões e as opiniões especializadas dividem-se entre os benefícios da fantasia e a regressão emocional causada por falta de afeto.



Reborns me assustam.



Eu realmente acho os Reborn obras de arte magníficas e, a título de coleção eu os considero incríveis, mas acharia muito bizarro se a minha mãe, no lugar de um Poodle (owwwn) tivesse comprado um Reborn.

Para segunda veia do assunto de hoje, temos algo mais delicado, mais mal visto e muito mais caro. A evolução da boneca inflável - as Real Dolls. Também feitas a mão, como os Reborns, mas com atrativos e funcionalidades bastante diferentes, elas foram inventadas por McMullen e produzidas em sua empresa Abyss Creations na California, Estados Unidos.



Modelo de Real Doll.



Elas são a coisa mais avançada que se pode pensar. Incluem os "3 orifícios padrão", removíveis, laváveis e ... esquentáveis, para o prazer de seus donos - além de um corpo feito com silicone que imita o mais próximo possível a sensação de pele. Cada uma pode custar mais de US$6.000. Até aí, tudo que podemos dizer é que é apenas mais uma invenção da indústria do sexo. A coisa que me intriga é o fato de muitos homens tratarem-nas não apenas como bonecas, mas como suas mulheres, a ponto de deixarem totalmente de lado qualquer tentativa de relacionamento com mulheres "orgânicas", como eles se referem.



She looks like the real thing*
She tastes like the real thing
My fake plastic love.

But I can't help the feeling

I could blow through the ceiling

If I just turn and run.

And it wears me out, it wears me out.



Começando do começo, a atração por seres imóveis que imitam a figura humana não é novidade de nossos tempos. Aliás, isso tem um nome: agalmatofilia. Desde a tragédia grega a atração por estátuas vem sendo contada e recontada. Em 1877 o caso de um jardineiro que tentou transar com a Vênus de Milo foi registrado pelo psiquiatra Autro-Húngaro Richard von Krafft-Ebbing.

Como eu disse, até aí tudo bem. A atração sexual por coisas aleatórias é bem conhecida por aí. Fetiches ou parafilias, como a dos Looners (fetiche por balões. Sim, balões), ou a maieusofilia (excitação com a visualização de partos) têm cada vez mais variações.

Por tudo que me compete, nada que não machuque os outros é um problema e eu não estou em posição de julgar os possuidores de Real Dolls ou Reborn Babies. O que me chama a atenção é todo o afeto e carinho dispensado em algo que simplesmente não corresponde. Não que a indiferença não esteja presente entre nós, corpinhos providos de vida e calor próprio, mas estas substituições me levam a pensar que talvez todo o distanciamento que vivemos hoje seja a causa de uma procura tão ávida por seres que não podem nos rejeitar.

As interações tornam-se cada vez mais efêmeras, as relações de confiança se partem em pedacinhos, como um pirulito de caramelo que cai no chão. Tornamo-nos cada vez mais incapacitados emocionalmente, não é mesmo? A precisão do nosso mundo regulado não existe no campo humano e isso nos deixa impotentes. Não podemos suportar uma ação não esperada.

Talvez por isso, uma das relações que a repórter
Meghan Laslocky aponta em sua matéria vencedora do Clay Felker Award, "Real Dolls: Love in the Age of Silicone", entre outras, seja com o autismo. O autista não suporta não saber o que vem pela frente. Seu mundo é calculado e a menor mudança pode deixá-lo em pânico.

Reborns não morrem, não adoecem, não nascem feios (a menos que você queira), não te deixam acordado a noite. Com eles você não tem que correr pro médico, não tem que lavar a roupa. Não precisa ficar ouvindo a sua mãe te dizendo como criar seu próprio Reborn. Você não precisa ser uma mãe perfeita. E o mais importante, eles não crescem. Eles nunca vão entrar na puberdade e te dizer que te odeiam. Eles não te abandonam.

Real Dolls, por sua vez, não reclamam dos seus hábitos irritantes, da toalha molhada em cima da cama, dos amigos, do futebol na tevê. Elas sempre te escutam, sempre querem sexo - e sempre do jeito que você gosta. Com elas não há perigo de se fazer algo errado, não há a necessidade de cumprir o papel que se espera de você. E elas não te trocam por um cara mais rico, mais bonito e mais novo. Elas não te abandonam.

Na internet, 'mamães' de Reborns exibem seus bebês em poses montadas e roupas variadas. 'Namorados' de Real dolls exibem suas amadas em fóruns e se caracterizam como um movimento organizado. A revista Coverdoll tem sua versão online e é totalmente voltada para amantes de Real Dolls. "Perfis" de Real Dolls são publicados lá. Os donos criam um personagem e agem como se ele fosse real. Zara tem seu próprio perfil, publicado na edição de Novembro deste ano.


Zara é a garota da capa da Coverdoll de Novembro.


Além de achar este tema muito interessante e simplesmente querer ler mais e mais (e escrever, porque tinha muito mais o que dizer), proponho as seguintes questões: até onde vai o limite da nossa noção de realidade? Quando começamos a perder a conexão com o mundo? Afinal, não são os outros humanos quenos tornam humanos? Quanto tempo vai demorar até que vejamos famílias falsas inteiras - mãe Reall Doll, baby Reborn / pai Real Doll (sim, existem as versões masculina e até she male), baby Reborn)? Por que procuramos afeto em objetos sintéticos? Se tantos procuram afeto, porque não se consolam uns aos outros? Que medo é este que temos de nós mesmos? E, por fim, a que isto nos leva?

Não acredito que o ato de ter uma Real Doll ou um Reborn em si seja nocivo. Aliás, vejo mais com um sintoma. Não de falha emocional e social individual, mas algo que vem chegando como uma onda a todos nós. Perder a capacidade humana de se relacionar e de lidar com os sentimentos talvez comprometa todas as áreas de nossas vidas. A coisificação do ser humano, que se obriga a ficar fechado dentro de si.

Talvez estejamos no caminho de nos tornarmos cada vez mais parecidos com RealDolls e Reborns. Cada vez mais sintéticos e fechados. Passivos e submissos.


*And if I could be who you wanted
If I could be who you wanted

All the time, all the time.




Bem, chego ao fim deste post. Desculpem pelo texto atravancado, algo não anda bem nas minhas sinapses. Deve ser o calor.

Fantasia é aprovada pelo canguru. Um mundo de plástico é temido por ele.

Fiquem com mais uma música que ilustra muito bem o nosso assunto de hoje. Procurem a letra, ela é medonha e poderia ser cantada por uma Real Doll (se elas cantassem).








Beijos e até a próxima (prometo que melhoro a escrita)! Não se esqueçam de comentar! :D


* Trechos da música Fake Plastic Trees do Radiohead.
Tristeza reflexiva só pra você.

O velhinho barbudo é brasileiro

Ah, então é natal! Quando menos se esperava, chegou o natal. Essa frase me acertou em cheio. Na capa da última edição da Piauí, que traz um coelho de cueca de coraçõezinhos enrolado em pisca-piscas, está a frase ali de cima. O choque veio porque, ao contrário dos anos anteriores, ainda não dei meu suspiro de férias (sim, sabe aquele longo suspiro do alívio supremo?) nem me considero em clima de bater o sino pequenino.

A propósito, hoje foi o primeiro dia em que constatei o “adorável” clima natalino em que pessoas andam desenfreadas nesse mundo de meu deus pelo centro dessa cidade com seus pacotes homéricos e, claro, sem o menor senso de direção, atingindo a tudo e a todos que estivesse no caminho.
Mas aí você se pergunta, mon chér e o velhinho barbudo onde entra nessa história?

Bom, segundo fontes okapi-oficiais, ontem ocorreu uma carreata de Papai-Noéis, sim porque um só não basta, era o sindicato inteiro. Aliás, ontem também foi o dia do amigo-secreto da Gangue com direito a montagem da árvore de natal, músicas natalinas, espumante e eu, vestida de ornie-noel.
A figura do velhinho barbudo com olhos azuis, bochechas rosadas, uma grande barriga, barba longa, roupa vermelha, touca e o saco enorme de presentes é a mesma para todos não é?


Não. Pelo menos não o velhinho barbudo ao qual vou me referir aqui. Eu poderia, ou talvez deveria, falar dessa figura mundialmente reconhecida graças à campanha publicitária da Coca-Cola em 1931. Só que eu prefiro falar de um velhinho barbudo muito mais brasileiro, muito mais sonoro que aquele que veste roupas vermelhas. Falo de Hermeto Pascoal.

Não, não é o Gandalf.

O filho da dona Divina e do seu Pascoal começou fazendo pífano (som de um tipo de flauta) a partir do cano de mamona, para os passarinhos ouvirem. Quem diria que, 70 anos depois, o pequeno alagoano se tornaria um dos grandes expoentes da música universal. Creio que três palavras resumem uma definição do genial Hermeto: improviso, talento e idiossincrasia. O improviso é intrínseco ao talento, porque apenas um artista com um dom excepcional é capaz de improvisar um som e transformá-lo em música. A percepção aguçada para sentir os sons da natureza caracteriza a idiossincrasia de Pascoal. Veja o vídeo abaixo e você entenderá do que eu estou falando.



Pelas barbas do profeta (ha) ele tirou som da própria barba!

Admito que, quando eu era um pequeno ornitorrinco, tinha medo do Hermeto Pascoal. Sim, eu nunca esqueci de uma vez em que eu estava brincando sozinha, já era quase noite e a luz ainda não estava acesa. Vinham da sala aqueles ruídos indecifráveis por mim. Sons assustadores ouvidos pelo meu progenitor. Muito medo senti, naquela época, do velhinho barbudo.

Hoje, a música de Hermeto já não é assustadora e nem ruído indecifrável para mim. É uma música que ultrapassa as barreiras do Alagoas, do nordeste, do Brasil. Em entrevista à Gazeta Mercantil, Hermeto afirmou “eu sou musicalmente, um cidadão do mundo”.

Deixo aqui de "presente" de Natal para vocês uma melodia fabulosa desse multi-instrumentista que já foi até toque do meu celular. Hermeto Pascoal, o velhinho barbudo brasileiro, foi aprovado pelo canguru!



Beijinhos do Ornitorrinco-natalino!

Entre no clima da solidariedade do Natal e deixe seu comentário.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Preciso de uma agenda!

Alguém me socorre! Sou um Okapi selvagem e exausto, precisando urgente de uma agenda ou de uma memória nova.

Espero ainda, que algum dia, criem um pen-head-drive, que se acople ao nosso cérebro e nos ajude a lembrar de tudo. Você já imaginou, querido leitor?! Se você esquecer do dia do aniversário de casamento (de novo) poderá dizer para sua mulher "Desculpe querida, o meu pen-head-drive deu pau de novo. Sabia que não devia ter instalado o Windows nele!". Então, dias depois, em vingança, sua dita cuja chegará com o carro vermelho (você tinha deixado bem claro que, se ele não fosse azul, nunca mais iria no fim de semana pra casa da sogra) e ela dirá "Ah querido, eu poderia jurar que você tinha dito vermelho. Só pode ter sido aquele bug no meu pen-head-drive. Darei um jeito nisso, tá legal?".

No dia em que todos possuam uma entrada para pen-head-drive, as piadas do momento serão tão ridículas quanto as atuais "Posso colocar o meu na tua entrada?". No dia em que esta maravilha for inventada, o professor de Comunicação Social dirá "O livro do Barbero está no site da Casa Rosa*" e pronto, você só vai acessar, fazer um download básico pro notebook (é claro, até lá teremos todos um), um upload pro aparelho, e pimba, Barbero na cabeça.

Quando cada um de nós tiver uma entrada USB 5.0, brincaremos de compartilhar a memória que a gente quiser com outras pessoas, só que hackers produzirão vírus para quebrar as proteções e, no momento que você for passar aquela música mara para um amigo ele vai acabar por descobrir o trubufu que você pegou na última festa. Quando todos tivermos uma memória externa, as atendes de banco irão insisir mais uma vez "Não senhora, você não pode guardar sua senha no seu pen-head-drive. Não senhora, nem com um papelzinho na carteira."

Quando você, amado leitor, tiver um pen-head-drive, vai conseguir se lembrar "Ah, hoje é a Póka que deve estar postando na Gangue. Melhor esperar mais um pouco, porque o post dela sempre está atrasado!"

Okapi e seu pen-head-drive
(Montagem tosca feita no Photoshop com ajuda do Petit)

Desculpem pelo post insano. Até a Limbo perguntou se eu estava bem, mas eu nem bebi, apenas tive um lapso de memória, ou o maravilhoso filme Across The Universe me distraiu demais.

Beijos atrasados da Póka.

PS: quem quiser me dar uma agenda, fique à vontade, porque na boca do monte não achei nenhuma mara!.
PS2: * Casa Rosa é um conhecido xerox de Santa Maria. Não vem ao caso explicar que seu nome, na verdade, é Cópias ou Xerox alguma coisa, pois a cor do estabelecimento nomeia-o de forma muito mais exata.


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Once again, Limbo Dancer, proudly, presents...

Sabe aqueles clássicos do cinema que todo mundo fala e parece que só você não assistiu? Aí depois de um tempo você resolve se render ao que parece ser o universo inteiro conspirando para que você o assista e vai até a locadora buscar o maldito filme... Senta para assistir pensando que não tem como ele ser tão bom quanto todos dizem... Então quando finalmente os créditos sobem e você deixa de fazer parte da minoria excluída que nunca assistiu ao suposto filme, tudo que você consegue pensar é: Como eu vivi até hoje sem assistir a isso??? Soa familiar para mais alguém, ou eu é que sou maluca mesmo?

Tyler Durden (Brad Pitt) em Clube da Luta

Enfim, a cena que eu descrevi a cima, fez parte do meu sábado à noite nesse fim de semana. Com preguiça de sair, eu e a Poodle decidimos ficar em casa e assistir um (ou dois) filminho(s), resolvi tirar da prateleira a última aquisição do meu projeto de futura coleção de DVDs: Clube da Luta. Eu tinha comprado o filme há quase um mês e ainda não tinha tido tempo de assisti-lo. Duas horas depois eu me perguntava como vivi 20 anos sem assistir a Clube da Luta?
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Interrompemos esse post para o compartilhamento de um pensamento aleatório do fim de semana:

O Brad Pitt é bonitinho demais para o seu próprio bem!!! É sério! Se ele fosse um pouquinho mais feio ele seria um ator bem mais respeitado. Mas por causa do seu lindo rostinho as pessoas esquecem o quão bom ator ele é. Não acredita? Passe na locadora e retire Clube da Luta ou 12 Macacos.
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Comentários aleatórios a parte, voltamos ao post. Essa lista de filmes clássicos é bem vasta e não tem só filme velho não. Pra mim filmes bem recentes como a trilogia O Senhor dos Anéis, ou The Dark Knight (Batman – O Cavaleiro das Trevas) já são clássicos e devem ser assistidos. Clássico não tem necessariamente relação com idade, mas é claro que o tempo ajuda a distinguir os longas que serão esquecidos dos verdadeiros clássicos. Há, entretanto, filmes que você tem certeza no instante em que você acabou de assistir que daqui a 30, 40 as pessoas ainda sentarão para vê-lo.

Existem inúmeras listas de melhores filmes de todos os tempos por aí, eu particularmente gosto da do AFI (American Film Institute). O AFI tem na verdade uma série de listas (clique aqui para ver todas). A primeira delas intitulada 100 Years... 100 Movies, foi uma homenagem aos 100 anos do cinema norte-americano comemorado em 1998, e lista, como vocês podem imaginar, os 100 melhores filmes americanos de todos os tempos. Quase 10 anos depois em 2007 o instituto lançou uma nova versão da lista original (100 Years... 100 Movies – 10th Anniversary), acrescentando alguns filmes da última década.

Recentemente o Instituto Americano de Cinema (AFI) lançou, ainda, a lista de 10 melhores longas em 10 gêneros diferentes, a 10 Top 10 (nessa eu votei). Outra lista interessante do AFI é a de 100 melhores frases do cinema (100 Years... 100 “Movie Quotes”).

Rhett Butler (Clark Gable) no exato intante em que ele diz o famoso: " Frankly, my dear, I don't give a damn." em E o Vento levou

A revista Bravo! também resolveu opinar no assunto e lançou uma edição inteirinha dedicada aos 100 filmes considerados por eles essenciais para a história do cinema. O legal dessa lista é que ela não traz só filmes norte-americanos. (Clique aqui para ver a lista completa).
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Interrompemos esse post novamente para compartilhar mais um pensamento completamente aleatório:

Porque, querido leitor, toda santa lista de 100 melhores filmes do cinema tem Cidadão Kane no primeiro lugar?? Os três exemplos que eu citei até agora, as duas listas do AFI e a da Bravo! começam iguaizinhas: Cidadão Kane, seguido de O Poderoso Chefão...
... deve ser o universo conspirando pra mim assistir Cidadão Kane.
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De volta ao post. A última lista que eu trago para vocês hoje é bem recente. Os leitores da revista inglesa Empire escolheram os 100 maiores personagens da história do cinema (Clique aqui para ver a lista completa). A lista é bem mais nerd que as anteriores, pra vocês terem uma noção Star Wars aparece 6 vezes na lista. Talvez por isso essa seja a lista que mais filmes eu assisti (um total de 60 dos 100 personagens lembrados).

Darth Vader, fomoso vilão da saga Star Wars e 2º colocado na lista da Empire

Ok era isso. O que você ainda está fazendo ai parado em frente ao seu computador?? Mexa-se, comente esse post e corra para locadora mais próxima, tem inúmeros clássicos te esperando...

domingo, 14 de dezembro de 2008

Hedonista por natureza

Talvez eu seja hedonista desde pequena e não saiba. Quando era apenas um jovem Okapi selvagem, gostava de aproveitar o doce cheiro do capim pela manhã, ou a bela imagem das estrelas no meio da madrugada. O fato é que eu cresci, fui ganhando responsabilidades, perdendo em sono e adentrando o meio urbano e uma outra selva: a da realidade.

Fico me perguntando se todos nascemos hedonistas e vamos perdendo essa qualidade conforme vamos crescendo. Não deveria ser assim. O fato de ganharmos mais e mais responsabilidades conforme o tempo vai dando o ritmo deveria nos maturar e nos dar ainda mais possibilidades de aproveitar os momentos de prazer. Só que muitas pessoas deixam a beleza da infância de lado em nome de uma postura adulta e, de certa forma, infeliz.

Explico melhor. Para mim, o hedonismo não vem apenas pelo prazer imediato. Para que este prazer imediato (ou não) aconteça, preciso da consciência limpa, mas não deixo que as preocupações me tirem os momentos em que descanso e aproveito tudo que posso dispor.

Lendo pela internet, percebo o quanto as pessoas acabam por associar o hedonismo a algo promíscuo, unicamente sexual, individualista... Muito disso dá pra se notar na comunidade (da qual faço parte) Hedonismo, no Orkut. Alguém pergunta se a pessoa inteligente é feliz. Claro que é! A pessoa inteligente, se também for hedonista (mesmo que não saiba), sente prazer a cada descoberta de sua inteligência.


Outra coisa que comprova a teoria de que o hedonismo está ganhando status negativo é a pergunta de enquete da mesma comunidade: Qual dos pequenos prazeres abaixo você gostaria de ter todos os dias de graça, mas não pode? Ela tem, claramente, um sentido econômico. As respostas de escolhas são ligadas, então, a prazeres que podem ser disponibilizados por um alto poder econômico, a que uma minoria dispõe. Não classifico, então, como pequenos prazeres. Aliás, prazer, para mim, não tem classificação (embora eu defenda que comer e dormir são duas das três coisas mais prazerosas da vida... ¬¬). O mais coerente, então, seria retirar os dizeres "de graça" da frase. Eu, por exemplo, gostaria muito de ter uma boa e suficiente noite de sono sempre, mas não consigo.


Um texto que aconselho aos hedonistas iniciantes (e os que também não o são) foi escrito por Milton Ribeiro e eu achei no blog heDONIsmos. Você vai, no mínino, gozar da leitura*. Muito me chamou atenção por ter um padre como um de seus personagens.


Enfim, acabe por aproveitar de todos os prazeres da vida, de um filme (como Pecado Original), um livro (como O Retrato de Dorian Gray), ou de um simples vento num dia de muito calor. Deixo-os com uma frase do escritor uruguaio Eduardo Galeano: "O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa."

Beijos saboros e hedonistas da Póka.

PS1: O * diz respeito a mais um trocadalho do carilho, desta vez em homengem à festa de Confraternização do Programa Radar Esportivo (leia-se Churrascão na chácara do Dani, em Itaara) que aconteceu ontem, regada a Polar (a cerveja da dupla gre-nal!), aos vários trocarilhos do cadalho ditos e aos conhecimentos gerais (viva ao método japonês de descascar batatas!).
PS2: Esta vai para o Milton. Confesso que não era uma das pessoas que estavam gritando "Cai aviao de merda!" quando do episódio número 5241654 do aviãozinho de Porto Alegre no jogo do Grêmio e do Atlético (sim, eu estava lá), mas meu prazer atingiu o ápice quando o tricolor gaúcho fez o segundo gol bem no momento em que o aeroplano sobrevoava o estádio. A "vingança" é doce, mesmo que pequena, e bem prazerosa.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Final de ano complica

Olá, queridos. Apesar da minha promessa da semana passada de continuar o post sobre presentes e apresentar, finalmente, o seu real assunto, venho dizer que não vou fazer isso.

A coisa é o seguinte: eu e as gurias da gangue temos um amigo secreto. Eu, como já expicitado no post de presentes, parte I, curto um presentinho cheio de significado. Eis que, então, com meus super dotes artísticos e artesanais eu resolvi fabricar os presentinhos da minha tão secreta amiga secreta. Acontece que isso dá um trabalho do cão!

Estou dedicando esta tarde ociosa (já não mais) a isso. E, acreditem, eu espero que a dita cuja goste, porque eu nuna mais faço um desses pra ninguém. Como a entrega dos presentes será na quarta-feira, dia 17, tenho que manter a identidade da minha amiga e o presente em questão em segredo. Prometo que logo depois da entrega eu revelo estes mistérios que estão deixando a todos curiosos e posto fotos dos presentinhos.

Na verdade, tenho dois temas borbulhantes para tratar aqui. Infelizmente, hoje não será o dia!

Mas quando a Poodle aqui deixou vocês na mão? Nunca! (Tá, talvez um vez em que eu estava de ressaquinha, mas nada que não se perdoe!).

Hoje trago para vocês uma das minhas desobertas da madrugada de outro dia. O Ocioso traz para você em pequenos drops a seleção dos melhores posts da blogosfera, na opinião deles mesmos. Digo que, do jeito que a coisa anda, é difícil encontrar blogs interessantes de se visitar todo dia ou de se assinar os Feeds. O Ocioso resolve a sua vida quando o seu Reader não apresenta nenhum item não lido e você sai enlouquecido em busca de novos blogs para ler. Que? Sou só eu que faço isso? Bem, tenho certeza de que não etsou sozinha.




O Ocioso tem uma proposta bem legal de divulgar blogs de todos os tamanhos. Qualquer um pode enviar o link de um post e indicá-lo à página inicial. Afirmo que em breve a Gangue indicará um ou outro postzinho. Uma boa propaganda é sempre bem-vinda. Nas palavras do Ocioso, a proposta:

O Ocioso é um projeto que tem o intuito de divulgar os blogs do Brasil, independentemente do seu tamanho. Nele todo post é um link direto, e não apenas um link com crédito no final. Ajude a divulgar o Ocioso também, coloque nosso banner.... Aproveite o seu momento de ÓCIO com nossos links.


Acredito que talvez passemos a divulgar o Ocioso em breve. Este tipo de iniciativa sempre é legal, como a Nanobarra. O layout é bem simples e funcional. Um blogroll imparcial e de qualidade.

Acessem o Ocioso e divirtam-se nesta sexta-feira em que a incompetente Poodle deixou de postar seu post de verdade e tirou a carta ociosa da manga.

Beijinhos! :D

Desculpa, desculpa...


Começo me explicando. Sei que não deveria me atrasar logo na semana em que somos liberados a escrever livres, leves e soltos. O problema é que o Okapi está enfrentando certos problemas para se adaptar ao centro urbano localizado na boca do monte, assim como os migrantes rurais, que trazem do campo "um aspecto do residual que apresenta uma relação alternativa e inclusive de oposição à cultura dominante" ou a "manifestação ativa do residual que foi total ou amplamente incorporada à cultura dominante" (Williams, 1980: 144).

Essa frase, do autor
Raymond Williams, já me traz a alguns dos meus percalsos. Prova da Profª Veneza Ronsini. Muito conteúdo teórico, como vocês percebem. Interessante, mas bem difícil. Outro motivo foi o acompanhamento do Petit (o meu referido), que apresentou hoje sua defesa de monografia. E tirou 10!!!!! (Campeãoooo!).

As semanas não têm sido fáceis, mas a Póka não usara seus ouvido para depósito do meu desabafo way of life. A felicidade é muita e prepararei um post bem legal, dentro das possibilidades de tempo, pra vocês no final de semana.

E não esqueçam de olhar o blog mais tarde e ver o post da Poodle, que deve estar Mara!

Ah, qualquer problema, "You know what to say: Hey buddy! ...


Estampa de camiseta aprovada pelo canguru em homenagem ao post de
camisetas na net! Achei no Skreened!

Beijos!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Quando eu era vestibulanda....

Nas últimas semanas eu e a Poodle vagamos pelos cursinhos de Santa Maria. A busca era por estudantes de outras localidades que estivessem na cidade para fazer os intensivos de final de ano. O motivo de tal tarefa era uma reportagem para o programa de rádio que nós alunos do 4º semestre de jornalismo da UFSM produzimos todas as quartas-feiras na rádio universidade. Eu me identifiquei muito com a proposta da reportagem, uma vez que euzinha vim para Santa Maria por esse motivo. Acabei ficando um pouco nostálgica dos meus trágicos tempos (não muito longos, graças a deus) de vestibulanda e resolvi, não me pergunte por que, compartilha-los com vocês.

A história de como eu acabei na federal de Santa Maria talvez seja um pouco peculiar. Eu me formei no ensino médio em 2005 (eu acho hauhau), naquele ano eu até tentei o vestibular da UFSM, mas, faltou muito estudo para passar. No ano seguinte então eu comecei a cursar jornalismo na Unisc (Universidade de Santa Cruz do Sul), entretanto um ano depois pelos mais variados motivos (que incluíam obviamente o financeiro) eu resolvi abandonar Santa Cruz e me aventurar mais uma vez no temido vestibular da federal.

Como da primeira vez faltou estudo dessa vez minha querida mãezinha achou melhor me matricular em um desses cursinhos intensivos. Foi assim que eu acabei morando em um pequeno quarto (desses de empregada que tem em prédios mais antigos) no apartamento de duas meninas que na época eram apenas conhecidas em uma cidade onde eu só sabia andar as 3 quadras necessárias para chegar do tal apartamento até o cursinho.

Eu achei incrível que quando eu entrei novamente no prédio do Riachuelo, o cursinho em que eu estudei, essa semana vieram à tona inúmeras as memórias positivas e até mesmo algumas nem tão positivas, mas que agora eram lembradas de maneira agradável: o pão de queijo do bar, os queridos e divertidos professores, o ar condicionado extremamente gelado das salas de aula, o momento em que logo após eu entrar lá pela primeira vez eu reconheci a voz de uma amiga do colégio que coincidentemente também estudava lá, as paredes, as cadeiras, os matérias de aula tudo trazia boas memórias.

Toda essa nostalgia me surpreendeu. Eu lembro de pesar alguns meses após a fatídica prova do vestibular que jamais sentiria saudade daquele mês de estudos, que jamais reviveria aquele período. No entanto, agora, 2 anos depois lá estava eu, de volta ao mesmo cursinho, pensando se alguém notaria se eu me infiltrasse em alguma das salas para assistir um pedacinho que fosse da aula.

Apesar das boas lembranças aquele mês foi sim um pouco traumático. Assim que as festas de fim de ano, que nem tiveram muita festa já que no dia seguinte eu já estava no ônibus Cachoeira do Sul/Santa Maria (ônibus sem ar condicionado devo ressaltar) voltando para os estudos, a pressão foi ficando insuportável. Todos a minha volta pareciam mais bem preparados, quanto mais eu estudava mais surgiam coisas a serem estudadas, eu me sentia culpada de deixar os estudos de lado por 15 minutos para assistir TV.

Lembro que uma das melhores sensações foi o momento em que eu acabei o terceiro dia de provas, faltava apenas a redação e esperar o resultado e não havia mais nada que eu pudesse fazer. Não sei explicar exatamente, mas foi uma sensação de dever cumprido e a certeza de que agora eu podia sentar e descansar sem culpa.

Minha faixa que permaneceu pendurada por muito tempo

Se você leitor é vestibulando, não desanime, pois depois de todo esse sofrimento vem a maravilhosa sensação de sentar apreensivo ouvindo no rádio o listão de aprovados até escutar o próprio nome, geralmente pronunciado errado, mas não importa. Nesse momento, enquanto o homem do rádio insiste em continuar a ler o maldito listão sem perceber que agora que você já foi chamado nenhum nome mais interessa, nesse momento a sensação de dever cumprido torna-se completa.

O post de hoje é especialmente dedicado a minha amiga Manu que talvez nem consiga lê-lo, pois está muito ocupada estudando para o maldito vestibular. Mas se ela não puder ler tudo bem o importante é que em breve ela terá no rosto o sorriso bobo, de quem acabou de ouvir o homem do rádio ler seu nome. Boa sorte para todos os vestibulandos e não esqueçam de comentar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O elefante e o rinoceronte

Pelo título você deve ter presumido que a titia Ornie contaria aqui uma linda fábula ao estilo de “A lebre e a tartaruga” não é mesmo? Um final feliz onde os frascos e comprimidos (ahaha nunca esqueci esse trocadalho dito certa vez pelo sábio Cascão) dão a volta por cima e vencem no fim.

“Era uma vez, um belo e pomposo elefante cor-de-rosa que vivia alegre e sorridente nas selvas da África. Todo dia, na hora de se refrescar no lago, lá estava o elefante com sua tromba e toda a grandiosidade que lhe é atribuída. Do outro lado, o rinoceronte verde esboçava sua simpatia em suas inúmeras tentativas de fazer amigos, as quais não surtiam efeito. Todos os animais riam do seu jeitão desengonçado. Até que um dia...”

Ah, palhaçada esse post. Eu realmente não vou escrever uma fábula (mas quem sabe a história continue num post futuro...).

Para situar nossos queridos leitores, vou apenas comentar que a partir de hoje, nosso blog, que era inicialmente vinculado a uma disciplina acadêmica de jornalismo, está liberado. Mas não se desespere! A Gangue continua no seu ritmo cangurístico especialmente pra vocês.

No último fim de semana resolvi me presentear com uma coisa que eu não via há algum tempo: diversão. Primeiro, no sábado, eu, Limbo, Poodle e meu respectivo fomos ao cinema assistir ao (pasmem) recém-chegado por aqui, Ensaio sobre a cegueira. Ainda estou digerindo a cegueira branca e não vou fazer grandes comentários sobre o filme, só posso dizer que ele conseguiu perturbar – ponto pro Meirelles.

Depois do cinema, eu e meu respectivo fomos ao show de uma banda da qual ouvi falar muito bem, mas que eu até então não havia tido oportunidade de assistir. Entra aqui o elefante lá do título, alias, a pata dele. Cá está o blog da pata:


A Pata de Elefante é formada por Daniel Mossmann (guitarra e baixo), Gabriel Guedes (guitarra e baixo) e Gustavo “Prego” Telles (bateria).

O trio é instrumental, característica que não foi assimilada por alguns bois-cornetas durante o show que pareciam esperar o momento em que alguém da banda colocaria seu microfone de Sandy&Júnior e começaria a cantar. Esqueçam. A voz é dispensada. A melodia da guitarra supre a falta da voz. Justamente por não haver voz, a interação dos integrantes com o baixo, guitarra e bateria é uma espécie de introspecção coletiva que leva o público a alguns momentos de delírio musical.

É impossível ouvir a faixa Gigante, do álbum Um olho no fósforo, outro na fagulha (2008) sem perceber a nítida influência da surf music do The Ventures. Mas não é só através da música surfista que o elefante anda em suas próprias patas! A banda têm influências desde as clássicas trilhas do cinema de Ennio Morricone às músicas do bardo norte-americano.

Antes do elefante entrar triunfal com sua pata, não posso esquecer de mencionar o Rinoceronte. Ao contrário da espécime desengonçada da pseudo-fábula do início deste post, o Rinoceronte sabe fazer um bom e velho rock’n’roll. A banda é formada por Alemão Luiz Henrique (bateria), Cesar Marqueri (baixo) e Paulo Noronha (voz e guitarra). A influência de Led Zeppelin, The Who, Black Sabbath entre outros colossos do classic rock é perceptível nos primeiros acordes. Aqui está o blog da banda:

Nem preciso dizer que a Pata de Elefante e o Rinoceronte foram analisados pelo Ornitorrinco e aprovados pelo canguru!

Rápido: quantos mamíferos da classe mammalia você acabou de ler?

Beijos do saltitante ornitorrinco.

La La La La La La La La La La La La La La La La La La

Supondo que eu seja uma pessoa normal, você deveria pensar "ó, hj a Balô nos trará o delicioso post da parte II do marcador-único futebol". Né? Né?

Né.

Mas como isso é só uma suposição e eu não quero ser normal, o post fica pra outra hora, quando eu estiver com voia (vontade, em Constantina) de ser prolixa e parcial (e quando eu me recuperar do 465744376° vice do ano).

Hoje o post é dedicado ao meu grande amigo e amigo grande Marxius!
Graças a ele, eu tive a, ahn, digamos, sorte de conhecer esse site que é MARA.

Mas já te aconselho a não acessá-lo.
Sim, eu sei, eu sei que estou indicando, mas isso não quer dizer nada.
Se eu soubesse (e não tivesse sido obrigada) eu nunca nele entraria. NUNCA. NÉVAH.

Mas como eu sei que tu vai entrar, então digita 18 (D E Z O I T O) vezes a sílaba 'la' e dá um enter (ainda dá tempo de digitar só 17 vezes, to avisando).
Eu até ia digitar aqui as 18 vezes, mas dificultando o trabalho pode ser que menos pessoas acessem e não se acometam do vício que essa porcaria traz às nossas vidas.

Ok ok, ratinho, vamos falar, então, do que trata o lálálámilvezes.
Como eu disse, a culpa foi do Marcius.
Mas o culpado mor foi o Mion. Maldito Marcos Mion.
Ele foi quem descobriu o site em que pessoas totalmente sem noção dançam a musiquinha do lálálámilvezes feito idiotas travestidos de animais.
E a canção já virou praticamente trilha sonora em seu programa.


Mas o que poderia ter de relevante em um vídeo que se repete quantas vezes o viciado internauta quiser enquanto seres desprovidos de senso de ridículo dançam uma música ainda mais burlesca?

Juro que da primeira vez que eu vi não achei a mínima graça.
Mas que seja pra sempre desgraçado o fatídico dia em que resolvi olhar pela segunda vez.
Foram só 10 minutos, mas tempo suficiente pra musiquinha permanecer em alto e bom som na minha cabeça por uns três dias.

Pois bem, então imagine você, caro leitor desse blog mara, que, além da música latejando em seu cérebro, você tenha que aguentar o seu amigo imitando os bonequinhos retardados TODO SANTO DIA.
Se tu já tá vendo o site, dá um look na tartaruga e repara no bracinho dela que vai e volta. Aí depois olha o jacaré que é o mais desenvolto. E depois repara no ursinho que é todo descoordenado. Sim, eu já não preciso nem do endereço aberto aqui pra citar todos os detalhes do videozinho. Cheguei ao ponto de saber da existência de um pássaro branco (ou o que quer que seja aquilo) praticamente invisível que vai e volta atrás do urso.


Por isso eu repito: NÃO ACESSA A PORCARIA DO SITE.
Ainda há tempo.

Não quero fazer terrorismo, bem capaz.
Mas se o jacaré chapado começar a aparecer em seus sonhos, não diga que eu não avisei.

Se você, a essa altura, já é um dependente como eu, deve ter reparado nos comentários que ficam logo abaixo dos seres irracionais.
TODOS falam a mesma coisa: que o vídeo é MARA.
E TODOS (os últimos, pelo menos) são brasileiros.
Graças ao Mion (que também é bem apreciável, diga-se de passagem).


Buenas, comentários com teor sexual à parte, ainda quero descobrir quem foi o louco que bateu o recorde de tempo escutando o lálálámilvezes.
Eu confesso que pra terminar de escrever o post, tive que desligar a caixinha de som; o lalalalalalalalalalalalalalalalalameperdi renovou todos os meus conceitos sobre alienação virtual.

Alienação que acaba agora, pois a promessa de um post breve irá concretizar-se.

Espero não criar monstros:

http://www.lalalalalalalalalalalalalalalalalala.com/

Marcius, te odeio.

La
la
lalala lalala la
lalalalalala lalalalala la.

P.S: Meu recorde:


Beijos la la da Balô la la.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Presentes - Parte I: suando no Natal

Olá, queridinhos! Com a chegada do Natal, todos gostamos de pensar em presentinhos. A maior parte da população brasileira pode até se dizer cristã, mas a quantidade de pessoas que eu já vi comemorando a simbologia do nascimento do pequenino é bem menor do que aqueles que tomam o 25 de Dezembro como uma comemoração de fartura pelo fim do ano. Isto que não está tão errado assim. Afinal, você não acreditava mesmo que o menino Jesus tinha nascido no dia 25 de Dezembro, supostamente 1582 anos antes da elaboração do nosso calendário Gregoriano, né?

Bem, o que tudo indica é que o 25 de Dezembro é uma data simbólica que representa esperança. Tomando o hemisfério norte como referência, podemos notar que o 25 de Dezembro está bem no meio do inverno. A partir do momento em que a tal criança prometida nasce, o mundo volta a esquentar e a promessa de uma colheita farta no ano seguinte se confirma. Aí está o significado do Natal, minha gente, arroz e soja pra todo mundo. Fartura, pois. Comemoremos a nossa fartura, mas sem sermos gananciosos demais. Afinal de contas, muita gente comemora a fartura sem tê-la.

A única parte que eu acho estranha em tudo isso é essa data fixa... coisa mais sem graça e sem sentido. Comemorar o Natal no meio do verão, coisa nenhuma. No meio do calor escaldante de algumas cidades brasileiras, velhinhos pançudos se vestem com roupas sintéticas de baixa qualidade e suam como porcos sentados em cadeiras vermelhas de veludo. Como já dito acima, não é a toa que o Natal está vinculado ao inverno. Infelizmente, ficamos aqui com os velhinhos suados ou com representações terríveis de Papais Noéis de havaianas e camisa florida.




Imagino a distorção que deve ter na cabeça das crianças, principalmente nas mais novinhas e naquelas com menos acesso a informação. Aquele homem vestido com roupa de inverno (a mãe dele não avisou que vestido assim no verão ele ia 'pôr o sarampo pra fora'? Minha mãe sempre dizia isso), rodeado de cães altos, esguios e com chifres; é gordo, ainda por cima... ele nunca ouviu falar de vida saudável, colesterol alto, não? Alguns ainda dizem que ele tem uns anões vestidos como duendes trabalhando pra ele. Pelo menos a empresa dele, 'Fábrica do Papai Noel', obedece a lei de inclusão das minorias. Mas será que ele paga hora extra e INSS? Ainda por cima, ficam tentando te pôr no colo dele, quando devemos dizer ser 'bons meninos' e contar nossos 'desejos para o Natal'. õ.O

Cão chifrudo mor.


E ainda querem convencer as crianças de que ele vem do Pólo Norte num trenó voador, puxado pelos cães de chifres. Ele deve é ter um bom programa de milhagem em alguma companhia por aí. Ou, quem sabe, um jatinho particular.

Achei a charge aqui.

Quando eu era criança eu tinha tanto medo de homens vestidos de Papai Noel quanto eu tinha de palhaços; ou do meu tio, quando ele se vestia de Seu Boneco, da Escolinha do Professor Raimundo, e 'ia para a Galera'. O fato é que mesmo quando se acredita em Papai Noel a gente sabe que aquele cara sentado no shopping não é ele de verdade; muito menos aquele que desce de helicóptero por tantas cidades do Brasil. Crianças são ingênuas, mas não tolas. E, com tanta miséria nesse país é fascinante como algumas delas ainda têm forças para acreditar neste tipo de magia.

O Natal deixou de ser comemoração religiosa nesse país há muito tempo. No mundo, aliás. Tenho grande curiosidade de saber como as famílias de outras religiões (ou de nenhuma) lidam com esta época do ano. Já é cultural comemorar o Natal. O fim de ano, mesmo sendo verão, carrega a esperança dos não mais trabalhadores da colheita, mas dos urbanos, cuja tal esperança é o 13° e o feriadão de fim de ano.

Eu, mesmo não sendo cristã, gosto do Natal. Inpossível dizer que não o preferiria no inverno. A referida simbologia sazonal me agrada bastante. Faz sentido e não é ligada a nada, além da natureza. É simbólica e só. Como o Natal vem se tornando.

Não sou fã da figura do Papai Noel, muito menos deste nome medonho dele. Não sei se trocar presentes, às vezes caríssimos, seja algo prudente. Nos compele a gastar, como se se não demonstrássemos a tal fartura não fôssemos prosperar no ano seguinte. Sou fã de presentes mais intimistas, feitos a mão ou algo assim; o significado é tudo.




Aliás, este era o tema original do meu post. Mais ou menos, aliás. Mas vai ficar para a semana que vem, na parte II deste post. Voltem e sei que não se arrependerão. Falarei de uma prática que nos deixa feliz e nos proporciona conhecer novas pessoas e coisas pelo Brasil afora; prática da qual sou adepta.

Enquanto eu não revelo este segredo incrível, pensem em serem vocês mesmos Papais Noéis. Não do tipo da roupa sintética, mas do tipo que realiza sonhos. Faça uma troca saudável: um presente por um sorriso. A ação social dos Correios, 'Papai Noel dos Correios', proporciona a várias crianças, desde 1997, a sensação de ter um Natal completo. Ajude a perpetuar esta magia no mundo de crianças que não têm a menor razão para acreditar nela.

É simples: vá aos correios e adote uma cartinha cujo pedido atenda seus poderes aquisitivos. Existem todos os tipos de pedidos, de todos os tipos de crianças. Prepare-se para chorar. Principalmente você que, como eu, teve tudo que podia querer quando criança. Dói muito ler cartinhas de pequenos que pedem cestas básicas e material escolar, como se fossem dádivas, ao contrário do que foi para nós: apenas o óbvio e o essencial. Alguns pedem mais do que isso, mas estes são casos que serão adotados por empresas (ou deveriam ser).

Nós da Gangue já adotamos duas cartinhas de crianças da região. Material escolar foi uma de nossas escolhas, já que consideramos algo realmente essencial. Eu acabei adotando três casrtinhas por mim mesma; a Limbo teve que me arrancar das bancadas que tinham as cartinhas, como medo que eu acabasse adotando todas elas. A emoção é muito grande ao ler as cartinhas destes pequeninos e é difícil se conter. Fico feliz que mais amigos nossos resolveram adotar cartinhas depois que falamos de nossa experiência.

Convidamos você, leitor do blog, a passar em uma agência dos correios de sua cidade e adotar uma cartinha. Seja uma bola, uma boneca, ou algo mais substancial, saiba que será bem-vindo.

Os presentinhos devem ser enrolados em papel pardo, com o endereço da cartinha escrito do lado de fora, e entregues aos correios até o dia 19 de dezembro. Não se esqueça, Papai Noel, de responder a cartinha do pequeno. Encorajamento é algo que sempre é bem-vindo.

Não perca a chance de ser Papai Noel sem ter que usar roupas sintéticas fedorentas e andar por aí com cães chifrudos. Ser Papai Noel dos Correios é uma atitude aprovada pelo Canguru!

Volto semana que vem, com o tema real deste post! Contem pra gente sua eperiência nos correios, através dos comentários, e diulgue esta idéia no seu círculo de amigos. Beijos da Poodle! ;)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O Grande Boçal

Alô, alô fofuras, Ornie chegando.
Essa época é assim: todo mundo na moleza já em férias esperando as festas de final de ano enquanto faz outras festas. O ritmo de festa ainda não chegou para a Gangue que segue com todas as suas atividades cangurísticas. Entre minhas idas e vindas no centro caótico dessa cidade, só reparo que é tempo de natal quando vejo de relance os enfeites de bonecos de neve. Aliás, falando em boneco de neve, ganhei de presente de aniversário da Gangue um lindo espécime, que inclusive já tem nome: Lino, o pingüim Natalino. Só para esclarecer, tenho alguns problemas em distinguir bonecos de neve de pingüins (ah, os dois moram na neve).

Mas vamos ao que nos interessa neste post. Venho prorrogando o assunto de hoje há séculos, mas resolvi finalmente comentar o blog que me fez pegar gosto pela blogosfera. Deixo claro desde o início que não estou sendo paga pelos elogios que forem feitos aqui (contribuições são sempre bem-vindas), mas sou grande fã dele e quando eu crescer quero ser igual ao Sr Boçal.
Eu estou falando de... (rufem os tambores) Walter Carrilho!

Como vocês podem ver, o template tem um desenho do autor que anda sempre com seu disfarce – os óculos são iguais aos que a Poodle tem.
Os marcadores do blog vão desde Dicas culturais estupidamente sinceras, Revista Caras Lado B, jornalismo boçal (hei, poderia ser uma cadeira do nosso novo currículo), Fábulas boçais, a Polititica. O único problema no blog é que poderia ter uma coluna com os marcadores para facilitar a vida do Ornie.

Nos primórdios, Carrilho publicava seus textos na Fábrica de Quadrinhos, onde li seu relato sobre a tortura do período carnavalesco e de como o bravo jornalista sobreviveu as 120h sem o carnaval. Depois de ler TODOS os textos de Walter na FDQ, parti para o blog. Por que ele parou de escrever para a FDQ? Sei lá, vai ver ele enjoou do salário – reza a lenda que eram duas paçoquinhas da marca Amor.

O blog tem arquivo desde 2005, o que significa que você pode ficar dias lendo as idéias boçais. Admito que, em tempo remotos de vivência na inóspita terrinha da ervilha, li praticamente todo o blog de Carrilho (acho que pelo menos as paçoquinhas da marca Amor eu mereço).

Tenho que destacar esse post aqui que é uma grande reflexão para todos os jornalistas chegados numa boca livre. Aliás, para aqueles que me olham com cara de espanto quando eu uso o verbo claudicar: eis meus queridos que titio Walter também usa (devo estar nos passos da boçalidade) e ainda explica.

Outras postagens dignas de citação aqui é a seqüência de textos sobre o BIG BROTHER BOÇAL, com o primeiro episódio imperdível sobre o mistério da máquina de lavar roupa.

Assuntos recorrentes nos textos de Walter, Preta Gil e Caetano Veloso estão sempre marcando presença, além, é claro, dos honestos políticos desse meu Brasil. Acho que a principal característica de um blog é o humor, e isso, meus queridos, Walter Carrilho tem de sobra. Claro que não o humor pastelão, mas aquela sutileza sarcástica que faz dos textos dele o que são – Aprovados pelo canguru!
Beijos do sagrado ornitorrinco.